" Há mais solidão num aeroporto
que num quarto de hotel barato,
antes o atrito que o contato."
(Zeca Baleiro)

domingo, 23 de dezembro de 2012

O Valor da Amizade.






Nenhum dicionário, nenhum teórico, nenhum intelectual, nem em palavras conseguiremos determinar ao certo o que é a amizade. É uma coisa mágica, lúdica, de encontro de almas, de identidades, de apreço, de afeto mútuo. Todo tempo idealizamos amigos, a convivência diária, o mesmo gosto musical, as mesmas ideias, as mesmas piadas, nos faz traçar laços de carinho que imaginamos e queremos que seja eterno. Nem sempre isso acontece; pelo simples (ou melhor, complexo) fato de que a amizade independe de distância, raça, cor, credos, valores, independe de nós.

Em certos momentos da vida, estamos rodeados de pessoas, de cúmplices que passam pelas mesmas dificuldades, pelas mesmas angustias e andam na mesma direção, a ela é conferida toda a nossa fidelidade, nosso encantamento. É quando de repente caímos alto e nos despedaçamos no chão, ouvimos (ou lemos) absurdos de pessoas que nem nos conhecem, que nasceram para desunir, meu pai sempre disse que existem dois tipos de pessoas na vida: a primeira é aquela que pretende unir, agrupar as pessoas; e a outra é aquela que separa, divide, possuem dentro de si o veneno da discórdia, esses últimos desmembram relações com propriedade.

Não digo nem relações de amizade, pois descobrimos então que toda aquela afeição não foi amizade, pois amizade não se perde assim, não se esvai entre os dedos como um líquido qualquer, ela é infinita, complacente. O que existiu, foram apenas momentos bons, que fizeram você se sentir vivo, sentir um bem-estar intransponível, uma alegria prazerosa. Um dia a gente aprende que não devemos nunca perder tempo com intriguinhas covardes, balelas sem fundamentos, porque não há sentido, é distorcer todo o propósito da vida. Amizade é sinônimo de amor, outro termo que segundo Oscar Wilder, é tão misterioso quanto à morte, outra palavra sem definição concisa, apenas sabemos que é uma coisa boa e que sem isso é impossível viver, e ser feliz.

Todo resto é a mais pura besteira, todo resto é mediocridade humana, é estupidez.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Velha roupa colorida






Naquela sexta-feira, depois de algum tempo, ela de novo estava lá. Com os velhos companheiros de sempre. Sentiu-se bem ao chegar e ver aquele ambiente familiar, que lembravam tantos momentos bons e marcantes de sua vida.
O que não foi tão bom, foi ter que tomar aquela cerveja barata e cretina, que destruía a cada gole, o já ruim, estômago. Por isso, resolveu comprar as primeiras latinhas, a que era um pouco mais cara. O resultado foi a encarnação daqueles que a conheciam dos primórdios de sua boêmia, naquele tempo bebia qualquer porcaria que tivesse álcool.
Dançou um pouco e rápido cansou. Deve ser a falta de costume, ultimamente ela só estava indo pra barzinhos. Também era o cansaço do dia, culpa do vai e vem da vida, estágio, namorado, comemorações. Era tão normal naquela época, aquele lugar, aquele ambiente de amigos, falação e bebedeira.
Mas agora nada daquilo fazia sentido, existia algo diferente. Não no ambiente, nem nos amigos, mas nela. Será a velhice? Pensou. Logo depois lembrou que nem chegara aos 20.
É que ela sentia-se cansada, não só do dia, mas das mesmas coisas de sempre. Sentia vontade de dançar Smiths, e conhecer algo diferente. E nada disso, logicamente, existia ali.
Acordou atordoada, quando a chamaram pra dizer que a festa chegava ao fim, e irritou-se profundamente ao ver que dormiu numa velha mesa de madeira, ao invés de sua cama.
A chuva intensa dificultou ainda mais o sonho de ir pra casa. Tudo alagado, transbordando, e eles sem carro, ou sem barco. Como ela queria sumir, ou aparatar dali.
Quando finalmente chegou a seu destino, já era dia, e estava completamente encharcada e com frio. Deu amém cantarolando a canção "no presente a mente, o corpo, é diferente e o passado é uma roupa, que não nos serve mais". Por isso, que ela gostava de Belchior, porque ele sabe das coisas.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Coisas de Dezembro.


Às vezes, o peso de todas as suas derrotas desmoronam sobre você em um só dia.

Todas as críticas, reprovações e situações frustrantes te fazem sentir a pessoa mais incompetente do mundo.
Há tempos não chorava de tristeza, e não escrevia um texto pessimista. Acho até que tava ficando enjoativo essa coisa toda de romance.


Mas é que o amor nos faz realmente uma pessoa otimista com tudo. A maneira de ver o mundo, de sentir e pensar. O que coincidiu com a maneira diferente na qual eu venho me comunicando, entre outras coisas. Mas isso não vem ao caso agora.

Eu tava falando de tristeza. Cheguei em casa e ouvi Radiohead na rádio, mas queria mesmo é ouvir James Morrison [If you don't wanna love me]. Como não tinha peguei as mais melancólicas do Vitor Ramil e me deliciei.

É que não entendo essas pessoas que estão tristes e ouvem, sei lá, Janis Joplin. Que nem é triste, é foda!
Mas deve ser por causa do começo do fim do ano. Fim de semestre, aí você começa a pensar em todas as coisas que não fez, que perdeu, que errou, que se fudeu feio. Fora a academia e as aulas de inglês que você não tinha mais queria ter. [Mentira]

Isso tudo pra mim veio hoje. Pensei: Merda. Último mês do ano. O que eu fiz?

- Eu me apaixonei cara. Tanto que nem em um texto falando de tristeza, eu consigo deixar isso de lado. 
Hehehe - Vai entender... 

Coisas de Dezembro.
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