" Há mais solidão num aeroporto
que num quarto de hotel barato,
antes o atrito que o contato."
(Zeca Baleiro)

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Mais uma vez. É só o inverno chegando.

A viagem toda, naquele coletivo-de-sempre-lotado,
pensava em todas as outras épocas assim parecidas.
Todas as lembranças que insistem em se fazer presente,
por mais inconscientes que pareçam estar.

Suas lembranças mais egoístas afloram,
junto ao clima, ao vento, ao vago vazio de um olhar
perdido no tempo – que nunca volta.


Até que o mínimo de calmaria se estabilizou em si,
pouco antes de sair do batente. Porém seu semblante mudou
imediatamente ao sentir o vento quase gelado na face.
A brisa forte vinda do céu escurecido.
Esse com constante cara de chuva, típico desta época.


Coração apertado, como de quem espera
algo há tempos. Olhos sem foco, como quem vaga o olhar
a procura do esperado. Mãos e dedos que logo anseiam
em transcrever sua dor. Essa mesma dor
causada pelo frio e pela ausência
do mais esperado psicotrópico, nunca receitado pelo doutor.


A dúvida chega. O medo se exalta.
A música transpira pelos poros abertos, arrepiados
pelo conjunto de ansiedade e frio. A libido se torna mais explícita.
Bem no momento em que seus olhos se fecham
e um olhar Preto lhe invade a mente (você).


Será impossível parar o barulho?
Ela só está querendo um pouco de sossego.


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Hoje com Chuva

Foto: Tatyane Silva.




Em dias de chuva é fácil chorar.
É fácil lembrar de pessoas especiais,
e de como é bom tentar não sentir frio nos braços de alguém.

Em dias de chuva você torce para não estar sozinho.
Ou não, você quer mesmo estar sozinho para ler aquele livro bom,
que você vem adiando a tempos por falta de disposição.

E talvez, assistir aquela comédia romântica,
só para variar um pouco
do seus filmes de suspense...

Em dias de chuva é bom não sair de casa
para não estragar o cabelo, e ficar reclamando da cidade
e de sua sombrinha que sempre te deixa na mão em dias de sufoco.

Ou melhor, em dias de chuva o bom mesmo é aproveitar
para tomar banho ao ar livre, pular feito uma criança
e receber a energia daquela água sagrada.

Em dias de chuva, eu fico olhando as poças aumentando com os pingos,
e ouço o seu barulho peculiar, sem pensar em mais nada.
Dias de chuva, apesar de serem frequentes aqui em Belém,
não costumam ser iguais pra mim. /Isso é bom!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Poema de Madrugada

Nesses tempos de sossego o que eu mais queria era um aconchego, e quando o amor chegou e me proporcionou, veio atrasado e trazendo o riso que amplia minha felicidade.
Na frente dos amigos sem querer deixei transparecer o caso que por acaso aconteceu.
Com malícias declaradas veio com carinho e de sobressalto o desejo os invadiu, como se pudessem misturar, unir, fundir dois corpos em um.
Tudo acontecia rápido, amigos, bebidas e som, sem preocupação ela estava ali tentando prolongar as horas, os minutos para tudo.
E aquilo foi o ''tudo'' deles dois.


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