" Há mais solidão num aeroporto
que num quarto de hotel barato,
antes o atrito que o contato."
(Zeca Baleiro)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010



Nascemos nus, famintos e molhados. Depois as coisas pioram...'

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Sim, sim...

O amor é leve, não dói mesmo que doa. O que você sente por alguém, não pode ser um peso sobre os ombros dessa pessoa. Se alguma palavra rude é desnecessária, então a guarde. Se a lembrança de alguém te fere, jogue-a num lugar onde você não a encontre fácil - evita-a; em momento algum, no entanto, abra a boca pra somente falar o mal que essa pessoa te fez. Ora, ninguém é todo mau. Cada momento e cada pessoa são eternos, mas não se repetem. Guarde-os, ame-os até onde puder. Viva-os completamente. É o que ele defende, o que tenta fazer.

Por fim, quando gosta verdadeiramente de alguém, não precisa de muito pra isso. Se você chegar a ser um desses: ele vai te dizer de muitos modos; qualquer dia sentar do teu lado, contar uma lembrança bem antiga e falar baixinho, depois: “Vai. Me conta um segredo agora”.

E faço das lembranças um lugar seguro…





"Um dia quero sentar na varanda de minha casa e olhar pra trás, e ver tudo que já fiz...
André Butter
"




(As palavras não foram bem essas, porém, a sensação ainda ser a mesma. E a Essência daquelas palavras, e jeito como ele as disse, naquele momento de tantas lembraças... Ainda estão e mim, estão aqui, bem aqui...) - J.Luz'

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Todo mês de Novembro...

aquele abraço!

Novembro apesar de esta no meio, já esta no fim, esse ano um dia mais perto do fim do que os últimos 2. Esse novembro tá sendo bom, diferente, mas bom. E hoje, dia 23, me sinto feliz, como me senti nos últimos 23 (É! Eu me senti) dias que passaram. Acho que esse ano é mais um ano de sorte, como foi 2007, que foi um puta ano de sorte pra mim. E segundo a minha numerologia, 2010 vai ser bom porque se tirar os 0, fica 21, que é meu número da sorte, assim como o 7, de 2007 (hehehe).

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Mais um dia de vento...



Típico dia de vento. O único som que pode se ouvir é o do vento, correndo desesperado de um lado para o outro, atingindo as folhas amareladas até então presas nas árvores, caindo bruscamente ao chão. Uma praça. Um banco. Um corpo. Uma cabeça abaixada. Uma mente. Uma alma. Um coração. Alguns fios de cabelos amontoados, por conta do ar, em um rosto, que no momento, aparentava estar um tanto quanto cansado. Milhões de pensamentos difundidos. Fracassos expostos, vitórias conquistadas. Dois lados de uma mesma moeda: uma única pessoa.
Dois cotovelos trêmulos apoiados nos joelhos, tendo mais a frente, duas mãos que carregavam um solitário e velho pedaço de papel rasgado, já até amarelado. Em seu conteúdo, uma letra perfeitamente cursiva, dando extrema importância tanto às curvas que cada letra seguiria quanto aos pingos nos 'is'.


'Bons jogadores se envolvem com o jogo não expondo suas fraquezas perante o inimigo'

Este mesmo cérebro, em uma ação espontânea, manda a cabeça ser erguida e as duas mãos, simplesmente, amassarem o tal conteúdo. Assim foi feito, seguido com um suspiro.
- É... Talvez eu nunca tenha sido um bom jogador.

Coloco aqui o que diz a canção Epitáfio, do Titãs: amar mais, chorar mais, ver o sol nascer. Arriscar mais, errar mais, fazer tudo o que quero fazer. Clichê, mas funciona: aproveitar, de fato, tudo o que a vida me oferece e tem a me oferecer.






[Texto: Alice F. Collins e Jéssica Luz]

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Coisa di Cultura


-Ô Bárbara! Esse negócio de cultura é compricado né?

-É Jurema! Acreditas que hoje mesmo eu me deparei com a seguinte situação: Estava eu dirigindo minha Mercedes, escutando o nosso amado Chico Buarque, quando de repente um Fusca estaciona do meu lado e começa a excretar uma porcaria de Brega! Não sei como ainda chamam aquilo de música! Essas pessoas desaculturadas me irritam!

-Mas té burra né?! Ô coisa! Não sabe que não existe pessoa disaculturada?

-Mas o que é isso Jurema? Porque dizes isso? Não tens provas suficientes de que elas existem?

-Aiai Virgi Maria! O que acontece é que as pessoa gostam de coisa diferentes. São culturas diferente. Num é porque a música que tu escuta é a mais aceita no teu meio social que deve dizê qui as otras é sem cultura!

-Humm... Lá vem tu de novo! Toda vez que decide ler alguma coisa vem com essas idéias diferentes, querendo ir de encontro com o que aprendi, o correto!

-Ê mulher! Senta aqui que agora eu vô tixplicá o que eu intendi.

-Fala Jurema! Mas me dê bons argumentos pra eu acreditar no que tu vais dizer!

-Intão iscuta né! Prestenção, já ouviu falar em etnocentrismo?

-Sim! Claro!

-Pois é, esse tipo de pobrema acontece porque tem gente que pensa que a sua cultura é a mais certinha, a única natural. Aí acontece até mesmo a xenofobia! Ou seja, a aversão aos estrangero vindo de fora.

-Hahaha... Estrangeiros vêm de fora mesmo Jurema!

-Sim eu sei, é maneira di falar. E deixa eu continuá a ixplicação.

-Está bem...

-Acontece que vê as coisas assim não tá certo! Porque não existe cultura certa ou errada, elas são só diferente e cada uma tem seu lado bom e seu lado ruim.

-Tá. Me dê um exemplo agora.

-Pois não. Teve uma vez que um asiático foi comer na casa de uma búlgara. Ixi! Tu nem imagina o que aconteceu! Depois de ter terminado de comer, a mulher ofereceu mais, pois uma anfritiã - é assim que fala? - búlgara que deixasse seus convidados saírem da mesa com fome estaria disgraçada! Rum! Aí ele aceitou né, porque pela sua cultura, ele tinha que aceitar a comida sempre que a mulher oferecia, que é pra não ofender a dona da casa. Acontece menina, que ele caiu durinho no chão no meio do quarto prato de comida.

-Nossa Senhora!

-Pois é... E tem outras coisas esquisitas que acontecem por causa da diferença di cultura.

-Humm... Realmente, por não conhecerem a cultura um do outro acabou acontecendo esse desastre.

-Isso mesmo. Mas agora deixa eu tixplicá o que é apatia.

-Quê?

-Apatia. É quando uma pessoa abandona sua própria cultura, por causa de alguma crise, e acaba perdendo a motivação de se manter unido com os otro e até mesmo de viver! Um exemplo disso - antes que tu me pergunte - é o banzo, já ouviu falar?

-Não...

-Tá mals hein mulher! Banzo é outro nome pra saudade. Os negros que vinham escravizados pra cá pro Brasil morriam disso, disacreditados di voltar pra terra di onde vieram e assustados com as nova língua que não intendiam, os costume que não intendiam também. Acabavam perdendo a vontade de viver e adoenciam muito rápido, pela fraqueza, indisposição... E pá! Batiam as bota.

-Eita, saber dessas crueldades que humanos cometem contra humanos me deixa irada!

-Te deixa mas tu não é muito diferente né! Chamando os otro de disaculturado...

-Ah Jurema! É que não gosto de Brega...

-Mas respeite né! E ainda não terminei, tu sabe o qui é doença psicossomática?

-Quê mulher???

-Hahaha... é tão bom bancá uma di professora... hihihi... Essas doença são coisa que vêm da nossa cabeça. Assim: tem gente que pensa que tá com pobrema di fígadu, mas nem sabe onde fica!!! E otra! Tem gente qui pensa qui comer manga com leite faz mal! tsk tsk... Acaba que passa mal só por acreditar...

-Ah isso é verdade! Onde já se viu não poder combinar alimentos? Teve uma vez que eu estava tomando açaí com limão... Uma senhora viu e falou que fazia mal. Aí eu perguntei por que. Ela só olhou com desdém pro meu prato e disse: Olha a cor que fica quando tu mistura!. Era cor de sangue! Hahaha... Só por isso ela pensou que fizesse mal...

-Ô coisa!

-Mas Jurema, apesar de existerem as doenças psicoalgumacoisa, as culturas também ajudam a curar doenças, reais ou imaginárias. Através de rituais, xamãs...

-Olha só! Até que tu não é tão burra... rsrs'

-humm... Tu gosta é de me sacanear né sua chata!

-Hehehe... Otra coisa, sabia que todas as cultura têm sua própria lógica? E analisar um sistema cultural a partir da lógica de quem não faz parte dele não passa de etnocentrismo! E dizer que as sociedades simples têm pensamento mágico e é inferior às sociedades que pensam com o científico é errado também. Porque os sistemas são simultâneos e não-sucessivos na história da humanidade, ou seja, evoluem juntos.

-É verdade. Sabias que as culturas são dinâmicas? Ou seja, vivem mudando, por influências internas ou externas...

-Já tinha percebido isso, senão inda taríamos na Idade Média!

-Isso mesmo! Mas agora deixa eu ir, que o post já tá grande demais e já to cansada de escrever... hehehe.

(Obs.: Confesso que eu mesma não gosto de TecnoBrega, porém... O Bregão é cultura SIM!)

Texto escrito a partir da leitura do livro 'CULTURA - UM CONCEITO ANTROPOLÓGICO' de Roque de Barros Laraia, Ano 1986. Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro.(Muito ótimo) - Recomendo!




(Foto cedida por Di Ganzá)
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