" Há mais solidão num aeroporto
que num quarto de hotel barato,
antes o atrito que o contato."
(Zeca Baleiro)

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Café preto requentado.




Às vezes, quando falam de ti, eu penso algo do tipo "É, ele é legal" e sempre rolam aquelas definições clássicas: "Gente fina", "gente boa", "parceiro".
Me dá aquele geladinho, aperto gostoso de quem descobre que quer ter alguém e estão falando dele. Aquela sensação de formigamento pois talvez um deles saiba o que eu quero.

E eu me pego pensando em tanta coisa, mas, principalmente: "Eu me apaixonaria muito facilmente por ele (de novo)". E é verdade. Quando nos esbarramos eu sinto que poderia simplesmente cair de amores. Que estar ao teu lado nos dias frios me faria feliz. Penso que seria natural encontrar consolo nos teus olhos e conforto nos teus abraços, mesmo os mais banais.

Pois eu penso que não és mais daquelas paixões arrebatadoras. És quase uma paixão gourmet. Precisa ser saboreada, (re)descoberta lentamente. Julgo ter que te (re)conhecer, (re)aprender algo novo a cada dia, sem pressa. (Re)Descobrir aquele costume que, para mim, parecerá maravilhoso. Ler tuas expressões. E depois, acordar um dia e me descobrir apaixonada por ti (de novo). Se você permitir, te fazer se (re)apaixonar e depois, quem sabe, (re)transformar isso em amor.

Pois quando te vejo e tudo é tão atemporal, eu penso em nos cozinhar em fogo baixo até o ponto de ebulição. Não no sentido de enrolar, mas tudo por que não tenho pressa para aproveitar cada segundo de convivência ao teu lado.

Depois disso, quero viver em constante vibração das moléculas. Esperando que a cada dia que trouxer descobertas, seja que nem um café preto requentando salvando aquela madrugada fria e sonolenta. Espero que possamos nos saborear, e que tu possas facilmente se (re)apaixonar por mim e vice-versa.

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