Apesar de parecer com muitas outras, a rosa que eu cultivava no meu jardim tinha muitas peculiaridades. Por isso ela acabou sendo por muito tempo, única pra mim.
A minha rosa era calma e serena. Tinha o cheiro doce e a voz suave. Além disso, tinha o sorriso largo e alegre.
A minha rosa falava em tom baixo e de forma pausada. Escutar ela falar
me acalmava. Ela tinha a gargalhada mais escandalosamente deliciosa
que eu já ouvi.
A minha rosa era atenciosa com todos. Estava sempre à disposição para um
bate papo descontraído ou mesmo para dar uns conselhos quando necessários. Não
por acaso ela vivia cheia de “causos” divertidos pra contar.
A minha rosa me ensinava dia-a-dia que é importante ser espiritualizado
e buscar constantemente o equilíbrio em nossas ações.
A minha rosa gostava de ler tirando lições e aprendendo sempre algo
mais.
A minha rosa adorava falar baixinho ao pé do ouvido até eu dormir. Às vezes ela até dormia antes mim, mas mesmo assim eu gostava...
A minha rosa adorava falar baixinho ao pé do ouvido até eu dormir. Às vezes ela até dormia antes mim, mas mesmo assim eu gostava...
A minha rosa sabia quais “músicas da noite” eu gostava de receber por
mensagem de celular nos dias que estava longe dela.
A minha rosa gostava muito de arte, nas diversas possibilidades em que
ela pudesse se apresentar.
A minha rosa adorava cozinhar, usando pouquíssimo tempero e bastante sal.
Por sinal, a sua comida de dia de domingo era deliciosa. Ela não gostava muito
de sucos e saladas variadas.
A minha rosa não era ciumenta nem insegura, apenas um pouco carente.
A minha rosa às vezes tinha algumas crises existenciais. Nesses dias ela
ficava um pouco impaciente. Mas isso costumava passar facilmente, quando era
regada com carinho e cafuné.
A minha rosa sabia se estava feliz ou triste, só de me olhar. Meus olhos
podiam enganar a muitos outros olhos, mas não aos dela.
A minha rosa gostava muito de brisa e café forte.
A minha rosa, como tantas outras, gostava de falar muito (muito mesmo!).
Mas ao contrário da maioria, ela sabia também a hora de escutar.
A minha rosa era bem culta e por isso acabava me ensinando o significado
de palavras que até então desconhecia.
A minha rosa gostava do toque, do cheiro... do beijo devagar e demorado,
exatamente assim, “o jeito que ela gostava mais”. [risos]
Tudo isso fez com que a minha rosa se tornasse única dentre tantas
outras semelhantes. O seu cheiro a tornava inconfundível.
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