" Há mais solidão num aeroporto
que num quarto de hotel barato,
antes o atrito que o contato."
(Zeca Baleiro)

sábado, 31 de dezembro de 2011

365


Um ano tem trezentos e sessenta e cinco dias. Relativamente, parece muito tempo. E é. É tempo suficiente pra se mudar uma vida. Se fosse recapitular exatamente tudo que me ocorreu durante esses doze meses. Chegaria à conclusão de que amadureci uns cinco anos em quase trezentos e sessenta e tantos dias.

Não foram poucas as pessoas que passaram por aqui. Muitas delas passaram e me acenaram de longe. Outras entraram, sem bater e ficaram. Algumas me trouxeram presentes lindos, outras de grego. Algumas só me fizeram visitas, mas assim mesmo se fizeram marcantes, me trouxeram sorrisos e algumas lágrimas também. Pena umas terem ficado só pra um "café" e ido sem se despedir.

É incrível como a gente consegue gostar de graça de alguém, sentir necessidade da companhia, das conversas de ônibus, conversas de sofá [na Pedreirinha] e de bar [Praça da República]. Dos sorrisos, das lágrimas, do ombro. E até daquele olhar como quem diz “Que porra foi essa que fizeste?”

Essas que foram entrando sem cerimônia, escancarando a porta e me roubando sorrisos e gargalhadas de doer a barriga, ainda estão aqui. Espero que estejam sempre. E quando elas lerem esse texto saberão exatamente o quanto são importantes pra mim. Que fique claro que eu as tranquei aqui dentro, oquei?! Joguei a chave pela janela. Sei que não posso obrigar ninguém a ficar. A chave tá ali, se alguém quiser sair até pode pegar. Mas mano, me conhecendo bem, pra eu permitir que saiam vai ser foda.

Por quê? Porque elas deram voltas pelas minhas frustrações, angústias, medos. Me viram permitir meu ID aflorar e meu superego encher o saco no dia seguinte, sem que me julgassem. Ouviram meus lamentos, escutei os seus lamentos. Falamos de amores platônicos, de pai ausente, de madrastas loucas. De pais ciumentos, de sistema educacional de merda, de política, de Piaget, de gestalt-behaviorismo-psicanálise. De reggae. De rock in rio, de The Ments, Mutantes, Beatles, Smiths, The Cure, Queens, Radiohead, A Perfect Circle, Raul, Sérgio Sampaio, Chico's. De padrinhos e madrinhas dos filhos que terão. De coisas impossíveis, de amores e desamores do passado que insistem em se fazer presentes, de namoros “canoas”. Até promessas de fazer uma graduação juntos já rolou. De tanta coisa.

Se não fossem esses caras, seria difícil de arrancar sorriso do rosto que dois mil e onze me deu. Aprendi. Ensinei. Me apaixonei. Me fudi. Briguei, bati, apanhei. Errei pracaralho. Perdi esperanças e as achei flutuando nas conversas. Naquelas conversas. Nestas conversas.

É por tudo isso!

Amei e amo essas pessoas que entraram sem bater. E eu sei que eles, apesar de muitas outras rotações e translações, continuarão aqui, mesmo que não fisicamente. Mas estarão em meus pensamentos, idéias, opiniões. Por que amigo é sempre amigo. (Desculpa... Sabes do que estou falando)

Ah, e só pra não perder o costume de fim de ano:
Feliz ano novo, galera leitora desse blogue.

Abraços saudosos, Jéssica Luz.


quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Amar



Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar? amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
Sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso, sozinho,
em rotação universal, senão rodar também, e amar?

Amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto, o que é entrega
ou adoração expectante,
e amar o inóspito,
o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro, e o peito inerte,
e a rua vista em sonho,
e uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta, distribuído pelas coisas pérfidas
ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor à procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor,
e na secura nossa, amar a água implícita,
e o beijo tácito, e a sede infinita.



(Carlos Drummond de Andrade)


Destinado a todos os que assim como eu, amam um alguém...
E para aqueles que apreciam a beleza da poesia do Drummond.
.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Mais uma vez. É só o inverno chegando.

A viagem toda, naquele coletivo-de-sempre-lotado,
pensava em todas as outras épocas assim parecidas.
Todas as lembranças que insistem em se fazer presente,
por mais inconscientes que pareçam estar.

Suas lembranças mais egoístas afloram,
junto ao clima, ao vento, ao vago vazio de um olhar
perdido no tempo – que nunca volta.


Até que o mínimo de calmaria se estabilizou em si,
pouco antes de sair do batente. Porém seu semblante mudou
imediatamente ao sentir o vento quase gelado na face.
A brisa forte vinda do céu escurecido.
Esse com constante cara de chuva, típico desta época.


Coração apertado, como de quem espera
algo há tempos. Olhos sem foco, como quem vaga o olhar
a procura do esperado. Mãos e dedos que logo anseiam
em transcrever sua dor. Essa mesma dor
causada pelo frio e pela ausência
do mais esperado psicotrópico, nunca receitado pelo doutor.


A dúvida chega. O medo se exalta.
A música transpira pelos poros abertos, arrepiados
pelo conjunto de ansiedade e frio. A libido se torna mais explícita.
Bem no momento em que seus olhos se fecham
e um olhar Preto lhe invade a mente (você).


Será impossível parar o barulho?
Ela só está querendo um pouco de sossego.


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Hoje com Chuva

Foto: Tatyane Silva.




Em dias de chuva é fácil chorar.
É fácil lembrar de pessoas especiais,
e de como é bom tentar não sentir frio nos braços de alguém.

Em dias de chuva você torce para não estar sozinho.
Ou não, você quer mesmo estar sozinho para ler aquele livro bom,
que você vem adiando a tempos por falta de disposição.

E talvez, assistir aquela comédia romântica,
só para variar um pouco
do seus filmes de suspense...

Em dias de chuva é bom não sair de casa
para não estragar o cabelo, e ficar reclamando da cidade
e de sua sombrinha que sempre te deixa na mão em dias de sufoco.

Ou melhor, em dias de chuva o bom mesmo é aproveitar
para tomar banho ao ar livre, pular feito uma criança
e receber a energia daquela água sagrada.

Em dias de chuva, eu fico olhando as poças aumentando com os pingos,
e ouço o seu barulho peculiar, sem pensar em mais nada.
Dias de chuva, apesar de serem frequentes aqui em Belém,
não costumam ser iguais pra mim. /Isso é bom!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Poema de Madrugada

Nesses tempos de sossego o que eu mais queria era um aconchego, e quando o amor chegou e me proporcionou, veio atrasado e trazendo o riso que amplia minha felicidade.
Na frente dos amigos sem querer deixei transparecer o caso que por acaso aconteceu.
Com malícias declaradas veio com carinho e de sobressalto o desejo os invadiu, como se pudessem misturar, unir, fundir dois corpos em um.
Tudo acontecia rápido, amigos, bebidas e som, sem preocupação ela estava ali tentando prolongar as horas, os minutos para tudo.
E aquilo foi o ''tudo'' deles dois.


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A garota do vestido marrom, a mãe e o mendigo

A garotinha do vestido marrom, não parava de tagarelar, enquanto andava pela calçada, um segundo se quer a respeito do filme [aliás, ela simplesmente nunca parava]. O filme no qual sonhara a semana toda pra assistir ao lado da mãe, a cirurgiã plástica, esteticamente falando, tão ocupada com suas consultas ricas. Ricas de ausência de conteúdo.

Olívia agora andava de mãos dadas com as da mãe, tão feliz com seu vestido, empolgantemente-sorridente-estridente só de pensar que finalmente sua mãe arranjara um tempo em sua divertida agenda. Sem saber que, segundos depois, algo lhe tiraria o filme de seu foco. Benditos segundos que mudariam a vida pensante da pequena garotinha.

Logo adiante à calçada, avistara algo. De longe, no chão. Era um amontoado de panos velhos a princípio. Justificável que fosse realmente, a garota há um ano precisava de óculos. Tentara comunicar a mãe, mas o Motorola dela sempre chegava aos seus ouvidos antes que Olívia.

Foram se aproximando daquele amontoado e percebera que debaixo dele havia alguém. Alguém sentado no chão, sujo, cabelo bagunçado, com odor desagradável muito forte e uma caneca de plástico estendida na mão direita, dessas de lojinhas de um e noventa e nove, envolvida pelas mãos gastas com dedos feridos.

Sua cabecinha, tão pequenininha começara a crescer e montar uma série de pensamentos, assim, feito gente grande faz. Olhou bem para aquele cara ali jogado, olhou dentro dos olhos dele. Olhos que também a fitavam, tentando disfarçar aquele amargurado todo. Foi então que desarmara a mãe com tantas perguntas. Talvez tenha sido a primeira vez que esta prestara de fato atenção em algo que a filha houvera dito:

“Mãe, por que aquele velhinho tá sentado no chão? Ele não tem casa? Por que ele segura uma caneca? Por que têm moedas dentro dela e não um café ou suco ou aquele chá que a senhora toma? Por que eu tô vestida de vestido novo de cor bonita e ele tá com esse remendo velho de cor feia e suja? Ei mãe, por quê? Hein, mãe? Mãe!”

A mãe ouvira tudo o que Olívia dissera, mas achara mais fácil fazer o que faz sempre:

“Quieta Olívia. Anda rápido se não a gente se atrasa pro filme. A gente vai comer antes, esqueceu que eu tô com fome? Tive que passar no banco e sacar dinheiro, nem deu tempo de comer nada.”

“Mas mãe... Então por que ele não pega o cartão de crédito dele, vai no banco e pega um dinheiro pra comer alguma coisa? Ele parece que tem fome..”

Aquilo era demais pra cabecinha de Olívia. Acabara de completar cinco anos, era quase impossível uma menininha entender o porquê da existência de alguém no chão, sujo, sem dinheiro, enquanto ela, vestida e perfumada, ia ao cinema gastar o tanto que a mãe tinha.

No meio do filme, a única coisa que conseguiu pensar e dizer foi:

“Mãe? Quando a gente voltar, vamo deixar pra aquele velhinho um hambúrguer bem grandão?”

Pena que o que ela ainda desconhecia era a efemeridade das coisas. Não podia saber que poucas horas depois, o velhinho já não existiria mais.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Braços e abraço

Eu sei, no fundo, que meus braços não são compridos o suficiente. Teriam que medir quilômetros infinitos de comprimento afim de que assim pudessem enfim abraçar tudo o que quero e até mesmo o que não me ganhe pelo gosto, assim logo de cara como essas outras coisas.

Não é de tão egoísta da parte desse meu coraçãozinho, um tanto menos modesto, eu sei. Mas o fato é que só queria poder rir o tempo todo ao lado de todas essas coisas e momentos e cheiros que quero agarrar de uma só vez.

É. Também sei que é isso que faz da minha essência uma criança. Isso é típico delas. Bato pé, esperneio, grito, choro. Mas no fim acabo por admitir todos esses caracteres que pra minha faixa etária já não são mais vistos com bons olhos como quando eram na “minha época”.

Não posso deixar de lado toda a musicalidade do cheiro daqueles e desses momentos misturados em uma só cor, em cada poro do meu abraço de braços que eu sei que não medem quilômetros infinitos de comprimentos.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Sentimento de estimação.

Eu tinha um desses. Desses que se costuma ter quando se tá feliz. Apesar de ter certo fascínio em criá-lo debaixo da minha tristeza meio molhado de lágrima. Mas eu tinha um. Perdi em janeiro. Janeiro não é um mês tenso? Carrega nele toda uma expectativa de futuros onze meses. Sei lá, dá frio na barriga.

Mas eu tinha, era falso, mas tinha.

Meses foram se gastando e ganhei outro. Oquei, eu menti. Mas quem não mente? Não ganhei, achei no chão, enrolado em merda, podre, uma essência podre e cheio de coisas que muito me atraíram. Nossa, como me atraíram! O lado sujo, escuro e triste, sempre me entorpece, me deixa estática em pensamentos que andam mais que meus pés, que correm mais que criança e voam pra lá, pra onde eu guardo tudo de mais meu, de mais secreto, de mais errado, de mais promíscuo, de mais humano.

Me identifiquei de cara com esse outro, tão vivo e cheio de manias. Mania de egoísmo, mania de saudade, mania de tristeza, mania dele, só dele. Feito gente. Talvez até mais gente que eu. Talvez, por isso resolvi criá-lo.

Alimentei por meses, contando os dias pra crescer. Claro que tive medo, de me machucar, levar uma arranhada ou uma mordida de tirar pedaço. Mas foi um risco que eu quis correr, eu precisava de um novo pra me sentir viva. Me dispus. Fui seduzida pelas manias que pareciam tanto com as minhas.

Cresceu noutro janeiro, mas foi ingrato. Levei a mordida. Talvez até tivesse sido eu a culpada. O mimei e não me protegi, mas como disse, era um risco preciso. Precisava mais dessa, de mais história, de mais uma dor. Ou talvez a culpa tenha sido mesmo do janeiro, da expectativa.

O cheiro da sua saliva ainda quente permanece. Nela eu consigo ver as manias, a podridão de um pseudo-humano, consigo sentir a dor da perda. É quando a lágrima cai em cima que penso e foco mais e mais a dor. Não a dor da mordida, mas a dor da alma. Dessa que vaga por aí, à procura de um janeiro mais calmo.

Não deu tempo pra saber se era, ao menos, verdadeiro.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Saudade

Às vezes penso que a saudade é uma forma de fugir da realidade para viver o passado.
Às vezes penso que a saudade é um modo diferente de reconstruir o presente.
Mas acabo concluindo... Que é só uma maneira de construir o futuro.
Um futuro nostálgico! Cheio de sonhos...
Sonhos que foram fomentados por sonhos que já se foram.
Acordo e vejo chão... Só o chão. O chão de meu presente. Um chão de saudade...
Saudade do nosso chão! Apenas saudade. Apenas ilusão.

[/Desculpe-me. É apenas saudade...

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Maré...



Surgiu de forma vestigial, como maré baixa, as primeiras ondas eram pequenas e mansas, mas sempre traziam tranquilidade e aos poucos foram me desarmando.

O evoluir não demorou muito a iniciar, cada vez que ondas quebravam em mim, te deixavam mais marcado no meu peito. De repente, nos tornamos como temporal, onde tamanha força da água, assim como faz com a areia da praia, bagunça meu cabelo, trazendo até mim um mundarel de impactos, a roda viva dos sentimentos, é como se por sorte, tivessem sido sorteados os melhores e depois nos entregado num pacote um presente dado pela imensidão dos oceanos.

E aqui estamos nós, imergidos em amor e seguros, as boas e ruins tempestades vieram e chegaram ao fim, debaixo desse tipo de oceano, nada nos pode atingir.



Foto: Queila Ramos, in Mosqueiro.

Lá em Bragança, Mano.



“E o que vai ficar na fotografia
são os laços invisíveis que havia.
Histórias, bebidas, sorrisos e
afeto em frente ao mar (ou bar)”






Foto: Mylena Santana.
Pessoas na Foto: André Butter e Jassar Protázio.

domingo, 3 de julho de 2011

Sentir

(Foto: André Butter)


O sentir é muito peculiar de cada um, porque não existe percepção igual. Os sensíveis sentem demais... e como sentem... outros não se permitem tanto o privilégio. O sentir é diverso: é leve e pesado, é calmo e intenso, é amor e ódio, é paz e inquietação, afago e até mesmo solidão. Não importa o que seja, o sentir é bom, é estar vivo e consequêntemente dramatizar aquilo com o qual nos envolvemos nessa roda gigante, assustadora e cômica da vida. Além de tudo o sentir é relativo, hoje juras amor, amanhã juras ódio eterno. A verdade é que não existe algo definido, amor só é amor até a roda girar de novo e refazer a louca mistura dos sentidos e sentimentos. Bom é quando damos a sorte do mesmo, amor em dobro é demais!
Existem sentidos que devem ser recebidos, levemente absorvidos para o nível da experiência e logo dissipados. É o caso do peso, da amargura, da inquietação. Esses só são admitidos quando é um peso, uma amargura ou uma inquietação de saudade. Mas existem alguns dos quais não existem dosagens máximas: o querer bem, o amar e o cuidar são exemplos desde que sejam recíprocos. Esses são sempre mesclados com alguns sentimentos não tão bons, mas necessários para completar o todo, como o ciúme, ou o amor simplesmente vai perdendo a graça.
Cada sentido lembra uma cor, os mais quentes e vermelhos, os claros e carregados de paz até os cinzas e cheios de tédio. Tom por tom vamos formando a aquarela que nos convém, até obter um sentido fundamental à todos, a satisfação com os próprios sentimentos.



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terça-feira, 28 de junho de 2011

Como já dizia o Poeta Carpinejar:
"Liberdade na vida é ter um amor para se prender..."
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Que verdade!



domingo, 19 de junho de 2011

O Reggae



Quando a música perpassa meus ouvidos lentamente
e os quadris rebolam numa natureza peculiar
eu danço reggae.
Quando a melodia típica e conhecida me influi de maneira tal,
que nem o cansaço consegue me fazer parar
eu danço reggae.
Quando os corpos se encontram sem aviso prévio, sem pudor nenhum,
sincronizadamente no calor daquele momento
eu danço reggae.
Na beira do rio, em toca de madeira, nas palafitas
onde a natureza puder nos alcançar
dança-se reggae.
Corpo a corpo, com uma sensualidade tamanha
que corrompe minha alma
danço o reggae.
Quando sinto o fervor inexplicável dentro de mim
e tudo de ruim sumir...
danço reggae.
Quando nada importar
desprendo-me por completo... e danço...
Quando, por fim, o prazer atinge a crista
você saboreia a presença de seus amigos, de seus amores,
da natureza, da poesia e da beleza.
É quando tudo respira a reggae.


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quarta-feira, 8 de junho de 2011

A modéstia é a vaidade escondida atrás da porta.




Meu Quintana, os teus cantares
Não são, Quintana, cantares:
São, Quintana, quintanares.

Quinta-essência de cantares...
Insólitos, singulares...
Cantares? Não! Quintanares!

Quer livres, quer regulares,
Abrem sempre os teus cantares
Como flor de quintanares.

São cantigas sem esgares.
Onde as lágrimas são mares
De amor, os teus quintanares.
São feitos esses cantares
De um tudo-nada: ao falares,
Luzem estrelas luares.

São para dizer em bares
Como em mansões seculares
Quintana, os teus quintanares.

Sim, em bares, onde os pares
Se beijam sem que repares
Que são casais exemplares.

E quer no pudor dos lares.
Quer no horror dos lupanares.
Cheiram sempre os teus cantares
Ao ar dos melhores ares,
Pois são simples, invulgares.
Quintana, os teus quintanares.

Por isso peço não pares,
Quintana, nos teus cantares...
Perdão! digo quintanares.

Que eu vou passando e passando,
Como em busca de outros ares...
Sempre de barco passando,
Cantando meus quintanares...

- Mario Quintana.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Do lado de dentro dela.

Não que ela seja assim tão especial.
Não é questão de jeito, nem de defeitos.
É questão de carinho e afeto.
Não tem nada haver com a pressa dela.
Tem haver com sua indiferença.
Você sempre vai pensar que a culpa é dela e sua personalidade
ou da sua incompreensão.
Não é.
Acho que ela precisa, de demostração.
Acho que ela precisa que os outros saibam que você a ama.
Porque às vezes, nem eu sei se você a ama...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O amor e seus lados.


Que todo mundo sabe que o amor é lindo, isso é fato. Mas, por trás disso também existem outros lados:

O lado do amor crescente: Neste lado ele é descoberto. O amor só tende a crescer e a encher os corações de muita dedicação, afetividade, emoção e felicidade (Essa sempre é a melhor parte). Os apaixonados se amam e vivem intensamente todos os momentos.

Se descobrem. Descobrem a real felicidade que alguém pode ter na vida. São os momentos de viagens, visitas, saídas, encontros com os amigos, risadas, alegrias e etc. São todos esses que ficarão marcados para sempre. E que no futuro, terão uma grande influência no 'Amor do lado decrescente', mas isso eu explico depois.

Estando tudo ok com seu amor, você chega na parte de segurança. A parte em que você se sente completamente seguro e confiante. Você acha que nada vai abalar a sua relação. A palavra é ACOMODADO. Infelizmente, você acha que está tudo bem, mas não está. Você deixou (meio que sem querer) de se preocupar com assuntos de 'menor' importãncia.

E é aí que você vê de algo simples, crescer algo que vai tendo fundamental importância para o seu amor se tornar 'O amor do lado decrescente'. O lado do amor decrescente: Neste lado você percebe que há uma crise, e que algo precisa ser feito. Só que talvez já seja tarde demais. Então você luta, você muda, você tentar fazer o crescente voltar.

É uma luta contra o tempo e que você tem que ser o mais rápido e equilibrado possível para tratar de assuntos delicados. Não deu! Era tarde. Então você junta seus pedaços e recorre às outras pessoas que lhe amam. Pois são essas que irão estar ao seu lado para te levantar e te fazer estar curado novamente para outro amor.

Amores vem e vão? Às vezes sim. A pergunta é: Valeu à pena? Sempre vale. Amar é entrar num estado de alegria intensa, de desfrutar de sentimentos e momentos incríveis.

Termino com a frase do Rei Roberto Carlos:

"Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi..."


Jéssica Luz.

domingo, 8 de maio de 2011



Uma para a Mãe

Às vezes, mãe, não consigo voar tão alto como você e acabo voltando para o chão, esquecendo. Esquecendo de aproveitar tudo que você me proporciona. Que não posso esquecer: “Ao infinito e além”, como diria Buzz Light Year. E isso, assim como todas as outras atitudes que tenho com você e depois penso que poderia ter agido de forma melhor, isso me traz um sentimento que não é nada, nada bom de sentir. Me sinto incapaz de ser a filha que eu gostaria, por mais que eu tente, isso é fracassar no meu papel.

Mas a verdade é que lá atrás, quando tu decidiste dar o seu melhor para cuidar de mim, para construir a nossa vida, para aos poucos você alcançar a sua independência e, um dia eu alcançar a minha, lá atrás, quando você decidiu tudo isso, já sabia que esbarraria em acertos e erros nesse caminho, porque não és perfeita, ninguém é.

Mas mesmo sabendo que seria difícil cuidar de mim, mesmo sabendo que em alguns momentos esse caminho demandaria mais do que és capaz de oferecer, mesmo assim escolheu encarar essa missão. Mesmo sabendo que no meio do caminho você constataria que cometeu alguns erros, mesmo sabendo que mais para frente você vai constatar que eu cometi muitos outros erros (e a maioria nem vou concordar), mesmo sabendo que assumir uma responsabilidade tão grande quanto cuidar de mim trazia um risco enorme de cometer muitos erros, mesmo assim você não desistiu, e não vai desistir nunca. Sabe, mãe, eu posso não ser a melhor filha do mundo, mas eu sou a sua filha e vou estar sempre ao seu lado, mesmo quando eu estiver errando. Prefiro errar com você do que acertar sozinha. Prefiro errar com você a me assustar com essa possibilidade e deixar para que outros cometam erros com você, enquanto fujo das infinitas responsabilidades que tenho por ser sua filha. Posso ainda não ter conseguido ingressar na Faculdade, não ter um emprego, não ter muitas outras coisas que gostaríamos ou mesmo ainda não aceitar teus limites colocados para mim, posso não te deixar dormir sossegada por que são 22hrs e ainda não cheguei em casa.

De uma forma que talvez até te estimule mais, posso assumir esses e outros tantos posicionamentos questionáveis, mas mesmo sabendo que um dia eu mesma posso condenar essas e outras tantas posturas que tomei e tomarei na minha educação, ainda assim, faço questão de encarar esse desafio maior do mundo que é aceitar que você me prepare para a vida. Ainda assim, faço questão de ser sua filha, sempre presente. Pra sempre, mãe, sempre.






PS: Fica aqui meu sincero pedido de desculpas por um dia ter magoado você. E as minhas palavras mais sinceras: - Te Amo, mesmo que tu sejas uma chata!


De Jéssica Luz,
Para Loane Costa, minha Mãe.







-

segunda-feira, 2 de maio de 2011




Presa entre as batidas do coração e os olhos que nem piscavam por simplesmente estarem fascinados com o nada. O horizonte finalmente estava limpo e claro.

Azul claro profanando contra a última noite.

Sentia na pele o Sol que secava as gotas de orvalho na grama verde. A pele encharcada da última chuva.

Raios batalhando no céu que a lua banhava.
A água que caia queimava.

Foram dias correndo por uma estrada desconhecida, conhecendo-a como ninguém conhecia. Mas agora, depois da tempestade, era calmaria. E ela estava ali, com a mente aberta, o passado fechado, e o corpo encharcado. Estava curada, braços abertos pro desconhecido infindável, dançando com o medo do futuro, pisando nas ilusões que a marcaram.
Os olhos estavam húmidos, mas eram de prantos passados. Os lábios estavam secos, mas era culpa do último beijo. Erros harmoniosos que costuravam na memória mais uma história pra se orgulhar, contar pro tempo que dói, mas vai passar. Foi assim que foi. É sempre igual, sempre vai mudar. Ela vai sonhar de novo. E vai brilhar de novo. E vai cair de novo noite nova. Trazendo consigo tudo que ela pode trazer.

E nessas noites chuva é prazer,
rosas são clichê e sofrer faz valer.

_

Conveniente dizer que passou-se um tempo.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Para mim.

Tem gente que ressalta o que vê em você, naturalmente,
do mesmo lado, por outro ângulo, tem gente que faz isso dissumuladamante.
Tem gente que não fala o que pensa, antes de ficar com raiva e perder o controle.
Tem gente que fala o que pensa por acreditar na verdade e vivênciá-la.

Vejo-me e percerbo-me no meio de tantas gentes
Admitidindo a mim mesma o que sou e pratico,
em silêncio.

às vezes isso não acontece
e por não ver no céu as luas
nem saber quando elas aparecerão
me sinto confusa, procuro a direção.

Vênus está no céu ao lado da lua crescente
Os pensamentos me levam a imaginar todas essas pessoas
e o que vejo me faz sorrir, agradecer
perceber soluções... e sacrifícios.

Entedo a importância do sacrifício.
na procura da prática diária
vou sanando meus conflitos
internos, exteriorizando para ser purificada.

Antepassados, sejam purificados e encontrem a luz
livrem-se do sofrimento, siga seu caminho
dai-me e daime amor Força do Bem.
Amor, prosperidade, aqui estamos, aqui criamos.


Jéssica Luz.

terça-feira, 22 de março de 2011

Um parágrafo.‏


O meu te amo é insignificante perto do que você acabou de me dizer, mas é sincero e acho que ninguém vai te amar como eu te amo. Ninguém vai te desejar e querer o seu bem do jeito que eu quero e ninguém vai sentir tanto a sua falta como eu sinto... Sinto falta do seu abraço, do beijo, dos carinhos e das palavras de amor. Queria tanto acordar de manhã e sussurrar no seu ouvido, sentir o seu cheiro junto com o meu no lençol e...

quarta-feira, 16 de março de 2011

Instantes


Em parte participo ativamente. Em metade observo ao redor tranquila convivendo calada. Mas a vontade de falar é grande. Tão grande que termino por calar. Procedendo da calma da observância. Tanta atenção é necessária a todos ‘’los momientos’’.

Para caminhar. Para escutar. Ver outras coisas entre os presentes momentos. Um punhado de esperança anda comigo. Para os últimos casos do apego. Serve-me com muitas utilizações, ao fim, sempre retorna das cinzas, como a Phoenix da alegria. Emanando calor. Inspirando, exalando, produzindo à calma.

Opções na mente. Alinhamento em curso. Não gostaria de ter dúvidas. Elas ficam pra depois. Hora de acreditar. De sonhar. Programar. Planejar. Sementes devem ser cuidadosamente guardadas sob a terra fertilizada. Assim será possível nascer o plano.

Amizade colorida. Gosto da companhia. É mais que isso. Ternura. Toques suaves com as pontas dos dedos dos pés. Olhares zombeteiros. Malícia em microgramas. Algo no ar parece receio. Coragem há. Há também desejo. Enorme desejo de um beijo. Sempre há. Ao final. Um bom final.
Abraço forte. Momento da troca energética. 

Onde o arco-íris ligando nossos crânios forma-se corações lado-a-lado a palpitar. Ali não quero a separação. Momentos depois é a rua. Eu e a Rua. Caminho a voltar. Pensamento junto à lua. Uma estrela observa seu esplendor. Calmaria noturna. Eu ainda lá em pensamento.

Difícil tirar do pensamento. Nem quero, até gosto. Confortante imaginar o melhor. Caminho apreciando o sabor. De uma aproximação semelhante ao carinho. Carinho teu. Um cafuné. Um abraço. Feito como os de pétalas de flor. Eu te tenho. Eu te sinto. Eu te sei.






'JéssicaLuz.
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