" Há mais solidão num aeroporto
que num quarto de hotel barato,
antes o atrito que o contato."
(Zeca Baleiro)

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Só mais uma nota mental e desafortunada.





Em momentos assim, são várias as hipóteses que se formam nas mentes bagunçadas de pessoas intimamente bagunceiras. Entre trancos e barrancos as pessoas costumam buscar situações e possíveis atitudes que justificam as mudanças ocorrentes em suas vidas, nem sempre bem-vindas.

O fato é que sentimentos e palavras a todo o momento mudam de forma. Sim, é verdade que há circunstâncias que bastante facilitam a consistência da mudança. Mas, beibe, nesse caso não se trata mais de circunstâncias, porém de sentimento. Por mais abstrato e subjetivo que isso lhe pareça, o que se está sentindo agora não é impossível de não ser mais sentido amanhã. E ponto final.

O que foi e o que não foi dito por ela, não apenas pela mudança intrometida, mas por ela, a menina de carne e osso, mexeu com as estruturas que antes serviam de base pra esses momentos rotineiros que não passam de lembranças. Boas de existir, mas, que esperadamente e muito bem avisadamente, não existem mais.


Seria saudade? Ou um puro desapego e uma necessidade quase extremista de transbordar a vontade de viver desacompanhada do caos? Bem e simplesmente poderia ser o fim daquele sentimento que agora mudou de forma. O papo é que não há definição específica. As mentes mudam, pessoas engordam e as palavras trocam de nome, de tom e principalmente, de vontade. Simples assim? Não, mas apenas assim.


sexta-feira, 11 de abril de 2014

Poema de madrugada.



Abandonos, descomeços e esmos.
Linguagem e abismo.
A fala do amor conduz em fuga.
Fugaz olhar.
Arde.
Rubros pássaros amazônicos.
Tirania do verde. Mentira de hoje.
(Vou ficar poeta a madrugada inteira. Aviso logo.)
Ainda grave.
Acordes no coração. Sons que vieram da tarde.
A chuva uiva, no telhado triste. Arde uma saudade.
Existem muitas elegias, inclusive nos teus olhos... está escrito.
É todo um caminho de elegias. 
Ah se eu fosse silêncio.
Tentativa premeditada de ser poema e pólvora.
Minhas vicissitudes se debruçam no teu olhar.
Dragões e moinhos de vento.
Tirania do mistério.
Sonhar é preciso.
Viver é defectivo.
Bom dia.
Todos querem ir, mesmo sem ter pra onde.
Os meus sapatos estão sujos dos descaminhos.
Talvez tenha acordado tarde pra vida, como muitos da minha geração.
O poeta diz que há uma pedra no caminho. Falácia do desespero e da melancolia.
Declaro ou não declaro?
Não declaro, se meu olhar me denuncia.
E que fique o mesmo traço no papel. E que fique a mesma música. E que fique nossas coisas amparadas. E que fique muito mais que a treva.
(Cansei de brincar de poeta.  Tial jovens.)



~ Texto: André Bezerra.
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