" Há mais solidão num aeroporto
que num quarto de hotel barato,
antes o atrito que o contato."
(Zeca Baleiro)

sábado, 14 de setembro de 2013

Além de você.


Às vezes eu acho que não estou pronta para ninguém além de você. Depois de algum tempo, quando penso que tudo se curou, a verdade me atinge como água gelada. Um conjunto de frustrações e empecilhos para que eu enfim conclua que eu não estou pronta para ninguém além de você.

Eu ainda tenho mil segredos para dividir. Muitos versos que precisamos rimar. Eu escrevi sobre tantas pessoas e no final de cada texto ao menos uma frase era você. Eu sei todas as minhas sequências de dramas nessa lástima desenfreada.

Eu compreendo todos os seus gestos em cada flor abandonada. Mas ao mesmo tempo, alguns querem esquecer, outros conversar. Muitos querem textos. Palavras, tantas letras. A cada pedido um gosto amargo sentido diretamente no coração, mas uma doçura repentina, que dura pouco, mas que vale a pena. Palavras que eternizam aquilo que há de se perder. Todas as coisas que me mostram que eu não estou pronta para ninguém, só você.

O quanto eu já vivi além de você? Tantas vezes eu cheguei ao ponto que pensei ser o limite e era apenas mais um teste, pois havia muito mais. E deve haver. Eu preciso que tenha muito mais, meu amor, além de você.

domingo, 8 de setembro de 2013

Já foi.



Quando eu era criança eu tinha aquela ideia de que meus pais nasceram adultos. Sim, eu pensava que eles não tinham sido crianças ou adolescentes como eu. E que, por isso, eles não me entendiam às vezes.
Aí a gente vai crescendo e do nada, não se tem mais quinze anos. Subitamente você não está no Ensino Médio. Aí de uma hora pra outra sua preocupação já não é mais o vestibular. Você está mais velho, no final da faculdade, sua preocupação é emprego. Quando vou sair de casa? O que quero da vida? Vou conseguir ser contratado em algum lugar? Vou casar algum dia?

Tudo que te preocupava quando pequeno de repente é irrelevante. E você vê pessoas mais novas passando pelo mesmo ciclo. O que aconteceu com a gente? Onde foi parar a magia daqueles anos em que tudo era simples, era amor, reclamações adolescentes, mágoas e paixonites que pareciam o fim só para depois já aparecer outra?

Eu sinto falta e mal saí desse tempo. Eu já tenho nostalgia de coisas que se passaram em menos de uma década ainda. É complicado falar dessas coisas sem ser clichê. Mas são apenas desabafos racionais sobre saudade de tempos mais fáceis, em que o futuro parecia tão claro quanto água direto da fonte.

Eu gostava de mim naquela época, da minha esperança, até da ingenuidade de achar que tudo seria exatamente daquele jeito para sempre. Como a vida muda, e a gente também. Mas que continuemos a crescer, sem deixar para trás aquele mundo de sonhos que só a adolescência nos permitia almejar. Esse é o mundo que a gente queria. O lugar onde eu gostaria de viver.




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