" Há mais solidão num aeroporto
que num quarto de hotel barato,
antes o atrito que o contato."
(Zeca Baleiro)

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Mais uma vez. É só o inverno chegando.

A viagem toda, naquele coletivo-de-sempre-lotado,
pensava em todas as outras épocas assim parecidas.
Todas as lembranças que insistem em se fazer presente,
por mais inconscientes que pareçam estar.

Suas lembranças mais egoístas afloram,
junto ao clima, ao vento, ao vago vazio de um olhar
perdido no tempo – que nunca volta.


Até que o mínimo de calmaria se estabilizou em si,
pouco antes de sair do batente. Porém seu semblante mudou
imediatamente ao sentir o vento quase gelado na face.
A brisa forte vinda do céu escurecido.
Esse com constante cara de chuva, típico desta época.


Coração apertado, como de quem espera
algo há tempos. Olhos sem foco, como quem vaga o olhar
a procura do esperado. Mãos e dedos que logo anseiam
em transcrever sua dor. Essa mesma dor
causada pelo frio e pela ausência
do mais esperado psicotrópico, nunca receitado pelo doutor.


A dúvida chega. O medo se exalta.
A música transpira pelos poros abertos, arrepiados
pelo conjunto de ansiedade e frio. A libido se torna mais explícita.
Bem no momento em que seus olhos se fecham
e um olhar Preto lhe invade a mente (você).


Será impossível parar o barulho?
Ela só está querendo um pouco de sossego.


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