" Há mais solidão num aeroporto
que num quarto de hotel barato,
antes o atrito que o contato."
(Zeca Baleiro)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Mais um dia de vento...



Típico dia de vento. O único som que pode se ouvir é o do vento, correndo desesperado de um lado para o outro, atingindo as folhas amareladas até então presas nas árvores, caindo bruscamente ao chão. Uma praça. Um banco. Um corpo. Uma cabeça abaixada. Uma mente. Uma alma. Um coração. Alguns fios de cabelos amontoados, por conta do ar, em um rosto, que no momento, aparentava estar um tanto quanto cansado. Milhões de pensamentos difundidos. Fracassos expostos, vitórias conquistadas. Dois lados de uma mesma moeda: uma única pessoa.
Dois cotovelos trêmulos apoiados nos joelhos, tendo mais a frente, duas mãos que carregavam um solitário e velho pedaço de papel rasgado, já até amarelado. Em seu conteúdo, uma letra perfeitamente cursiva, dando extrema importância tanto às curvas que cada letra seguiria quanto aos pingos nos 'is'.


'Bons jogadores se envolvem com o jogo não expondo suas fraquezas perante o inimigo'

Este mesmo cérebro, em uma ação espontânea, manda a cabeça ser erguida e as duas mãos, simplesmente, amassarem o tal conteúdo. Assim foi feito, seguido com um suspiro.
- É... Talvez eu nunca tenha sido um bom jogador.

Coloco aqui o que diz a canção Epitáfio, do Titãs: amar mais, chorar mais, ver o sol nascer. Arriscar mais, errar mais, fazer tudo o que quero fazer. Clichê, mas funciona: aproveitar, de fato, tudo o que a vida me oferece e tem a me oferecer.






[Texto: Alice F. Collins e Jéssica Luz]

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