" Há mais solidão num aeroporto
que num quarto de hotel barato,
antes o atrito que o contato."
(Zeca Baleiro)

terça-feira, 12 de março de 2013

Chovia.



Era dia de chuva, e já tinham caído rios do céu. A garoa fina cobria os telhados que ficavam no nível da janela, e pingos adocicados escorriam pelo relance do vidro que víamos através das cortinas verdes.

Você tinha acordado de leve e apontado um dedo preguiçoso para a janela. Eu sorri no meio do quente/frio dos cobertores misturados ao embaçado da vidraça.  
Um beijo na ponta da orelha
 e um suspiro. 


Depois promessas quebradas, mentiras atiradas ao chão. Vou casar com você e todo dia 
vai ser calor e chuva gostosa para nos embalar.
A chuva trazia aos poros o melhor de nós, os sonhos e esperanças 
que ficam no fundo, no brilho do olho na hora do beijo. 
Você entrelaçando meus dedos e eu me aconchegando e imaginando 
se existiria melhor lugar do mundo para estar em um momento de chuva.

E que assim seja a época de chuvas. 
Pois todos os dias deveria ter calor e pingos d'água para viver. 
Amor debaixo do edredom e janelas embaçadas. 
Viva o calor de uma boa chuva, 
com beijos na orelha e muitos sussurros.

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