" Há mais solidão num aeroporto
que num quarto de hotel barato,
antes o atrito que o contato."
(Zeca Baleiro)

segunda-feira, 2 de maio de 2011




Presa entre as batidas do coração e os olhos que nem piscavam por simplesmente estarem fascinados com o nada. O horizonte finalmente estava limpo e claro.

Azul claro profanando contra a última noite.

Sentia na pele o Sol que secava as gotas de orvalho na grama verde. A pele encharcada da última chuva.

Raios batalhando no céu que a lua banhava.
A água que caia queimava.

Foram dias correndo por uma estrada desconhecida, conhecendo-a como ninguém conhecia. Mas agora, depois da tempestade, era calmaria. E ela estava ali, com a mente aberta, o passado fechado, e o corpo encharcado. Estava curada, braços abertos pro desconhecido infindável, dançando com o medo do futuro, pisando nas ilusões que a marcaram.
Os olhos estavam húmidos, mas eram de prantos passados. Os lábios estavam secos, mas era culpa do último beijo. Erros harmoniosos que costuravam na memória mais uma história pra se orgulhar, contar pro tempo que dói, mas vai passar. Foi assim que foi. É sempre igual, sempre vai mudar. Ela vai sonhar de novo. E vai brilhar de novo. E vai cair de novo noite nova. Trazendo consigo tudo que ela pode trazer.

E nessas noites chuva é prazer,
rosas são clichê e sofrer faz valer.

_

Conveniente dizer que passou-se um tempo.

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