" Há mais solidão num aeroporto
que num quarto de hotel barato,
antes o atrito que o contato."
(Zeca Baleiro)

domingo, 3 de julho de 2011

Sentir

(Foto: André Butter)


O sentir é muito peculiar de cada um, porque não existe percepção igual. Os sensíveis sentem demais... e como sentem... outros não se permitem tanto o privilégio. O sentir é diverso: é leve e pesado, é calmo e intenso, é amor e ódio, é paz e inquietação, afago e até mesmo solidão. Não importa o que seja, o sentir é bom, é estar vivo e consequêntemente dramatizar aquilo com o qual nos envolvemos nessa roda gigante, assustadora e cômica da vida. Além de tudo o sentir é relativo, hoje juras amor, amanhã juras ódio eterno. A verdade é que não existe algo definido, amor só é amor até a roda girar de novo e refazer a louca mistura dos sentidos e sentimentos. Bom é quando damos a sorte do mesmo, amor em dobro é demais!
Existem sentidos que devem ser recebidos, levemente absorvidos para o nível da experiência e logo dissipados. É o caso do peso, da amargura, da inquietação. Esses só são admitidos quando é um peso, uma amargura ou uma inquietação de saudade. Mas existem alguns dos quais não existem dosagens máximas: o querer bem, o amar e o cuidar são exemplos desde que sejam recíprocos. Esses são sempre mesclados com alguns sentimentos não tão bons, mas necessários para completar o todo, como o ciúme, ou o amor simplesmente vai perdendo a graça.
Cada sentido lembra uma cor, os mais quentes e vermelhos, os claros e carregados de paz até os cinzas e cheios de tédio. Tom por tom vamos formando a aquarela que nos convém, até obter um sentido fundamental à todos, a satisfação com os próprios sentimentos.



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