" Há mais solidão num aeroporto
que num quarto de hotel barato,
antes o atrito que o contato."
(Zeca Baleiro)

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Sobre dançar.




Começa assim: sonhei que a gente dançava. Uma música agitada, muito sambarock. Havia água por todo lado e parecia que o mundo desabava, mas, no sonho, eu sentia que precisava dançar essa com você.

A verdade é: cada vez que você me estendia a mão para dançar eu dizia que tinha dois pés esquerdos. Quer dizer, eu tinha vergonha de não saber dançar bem. Você tinha aquele gingado, aquele dom (mentira-rs-). Era lindo ver você dançar. E no sonho eu podia ser a dançarina dos seus olhos.

Um dia, nas profundezas da galeria empoeirada da memória, você me ensinou a dançar diferente.

Apenas nós dois. Você me fez subir nos seus pés e deu até um nome para esse passo. Tinha algo a ver com estrelas e astros. Era coisa de criança, mas você se movia e eu ria alto, sentindo o cheiro do seu pescoço, pois cangote de quem se ama é aconchego, pura paixão.

E acaba que eu já não lembro mais qual música a gente dançava. E quais eram seus movimentos mágicos. Eu já nem sei quando pude admirar seus pés de bailarino. Hoje, na verdade, eu até que danço, pulo, engano. Mas valiam mesmo os passos sobre os pés. O cheiro de cangote. Algo a ver com estrelas e astros.

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