" Há mais solidão num aeroporto
que num quarto de hotel barato,
antes o atrito que o contato."
(Zeca Baleiro)

domingo, 29 de dezembro de 2013

Efemeridade.

Sempre escuto que a vida é efêmera, que ela passa muito rápido e que devemos aproveitar tudo. Não vou dizer o contrário, mas vou especificar isso. Acho que algumas coisas na vida são mais efêmeras do que outras. Um pôr-do-sol que acontece sem uma câmera por perto para você registrar, certamente é mais belo, é um momento único que se guarda dentro de si.

Devemos ter a capacidade de identificar aquelas coisas que talvez jamais veremos de novo, de repetir "eu te amo" mil vezes se a possibilidade de ver a outra pessoa novamente por muito tempo seja mínima. Às vezes são coisas grandiosas, como um show que talvez nunca mais você tenha chance de ver, uma proposta de emprego, algo assim. Ou coisas tão simples como o pôr-do-sol que eu falei no começo, como um beijo lento e saboreado a cada movimento.

Digo isso porque depois sempre acontece de pensarmos: "Se eu soubesse que seria a última vez...", se soubéssemos que seria a última vez teríamos observado o sol sumir até o azul ir tomando conta do céu e as estrelas aparecerem, teríamos falado "eu te amo" sem parar, pulado e gritado até perder a voz no show, aceitado o bendito emprego, beijado de todos os jeitos, desde o desesperado até o mais gentil.

Sobretudo, se soubéssemos que seria a última vez... Talvez nunca deixaríamos certas coisas, entenderíamos de ficar ali para sempre, simplesmente por não querer deixar aquilo para trás. A vida continua e as efemeridades continuam passando, por isso que são tão rápidas e imprevisíveis, talvez essa coisa tão fugaz tenha sido feita para escapar entre os nossos dedos, por isso é tão especial.



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