" Há mais solidão num aeroporto
que num quarto de hotel barato,
antes o atrito que o contato."
(Zeca Baleiro)

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Cheiro derramado


O cheiro derramou exalando o doce sobre a camisa branca, deixando transparecer o respirar profundo. Causando o mesmo efeito colateral de sempre. Trouxe consigo de lá, do lugar de origem. Das palavras que assustaram, das salivas que neutralizaram o ácido do momento e do nó oculto como consequência.

As estrelas foram testemunhas daquele cheiro alucinógeno, mesclado ao pensamento insistente e lembranças recentes.


Presente no seu exercício constante. Musculação do cérebro, enfraquecimento do coração e fortalecimento das neuras. O quebra-cabeça de momentos, dos últimos meses, tem sido o seu mais sufocante passatempo. Uma asfixia necessária à existência do sentimento. Pertinente nas leituras e interpretações das peças ali presentes, na esperança enrustida em cada pedaço de cena formada por cada peça.


E as estrelas sabem de tudo.

O toque das notas nos ouvidos presentes. A troca musical entre a audição, olfato e tato. Momentos confusos enrolados ali. O cheiro musical, o cheiro do momento, o cheiro derramado sob as estrelas e sobre a camisa branca.


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