" Há mais solidão num aeroporto
que num quarto de hotel barato,
antes o atrito que o contato."
(Zeca Baleiro)

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Mudanças e rimas.




Tem roupas amontoadas no canto a quarto. 
Ela não quer arrumar. 
Faz tempo que seu quarto está de pernas pro ar. 
Está tão bagunçado quanto sua própria vida. 

Ela não sabe como se ama mais. 
Esta tentando aprender, mas não esta dando muito certo. 
Ela passa cinco minutos olhando para o teto. 
Tenta pensar em alguma coisa produtiva para fazer da vida, sem sucesso. 

Fala ao telefone, briga com ele, desliga, e pensa na sua merda de vida. 
Esta entediada demais para falar com alguém. 
O teto talvez a entenda melhor do que ninguém. 
Fecha as cortinas da janela, não quer ver a luz do dia. 

O sol geralmente agride seus olhos. 
Gosta mesmo da noite. 
Porque é na noite que a diversão acontece. 
Precisa sair e respirar. 

Mas ainda é meio dia, e só de olhar para fora o calor do sol queima a sua pele. 
Nem ela sabe dizer se está triste ou alegre. 
Tem realizações acontecendo, mas fatos que interrompem sua felicidade plena. 
Uma dor martela sua cabeça. 

Não consegue dormir, nem relaxar. 
Precisa sair do mesmo lugar, precisa viver. 
Precisa se desprender. 
Precisa terminar seus projetos, precisa começá-los. 

E terminar de ler os livros da estante e sair da internet. 
Precisa ir pra academia e fazer mais sexo. 
Precisa voltar a ser menina. 
Na verdade, precisa agora, finalmente, começar a ser mulher. 

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